SUA CARREIRA DEPENDE DE SUA CAPACIDADE DE ATENDER OS PROPÓSITOS DOS ACIONISTAS E DOS CLIENTES

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SUA CARREIRA DEPENDE DE SUA CAPACIDADE DE ATENDER OS PROPÓSITOS DOS ACIONISTAS E DOS CLIENTES

Assista à entrevista da Diretora de RH da Manpowergroup, Wilma Dal Col – falamos sobre gestão de pessoas e os desafios do RH. Clique no link abaixo e inscreva-se em nosso canal:

Para ouvir este texto, clique aqui: Podcast O EXECUTIVO


Na entrevista com a diretora de RH da Manpowergroup, Wilma Dal Col, destacamos a necessidade de a empresa conversar usando a linguagem de negócios com as pessoas, com o intuito de fazê-las compreender os propósitos a serem cumpridos.

Wilma exemplificava que, ao esclarecer a um profissional sobre as necessidades dos acionistas, para ele imaginar-se como alguém que deposita R$ 500,00 na poupança.

Passado um mês, a conta continua com os mesmo R$ 500,00 e ao questionar o gerente do porquê de os juros não terem sido creditados, ele explica que tivera um problema interno, já resolvido e que, no mês seguinte, depositará os juros dos dois períodos.

Passados 30 dias, o correntista descobre que, novamente, há só R$ 500,00 na sua conta. Ao indagar o gerente do banco, este novamente esclarece que ocorreu um outro problema, mas que falta pouco para resolvê-lo e que no mês seguinte depositará os juros dos três meses.

Entretanto, um mês depois, não apenas os juros não são depositados como a conta agora está com somente R$ 450,00.

É evidente que a pessoa sacará seu dinheiro do banco após esses eventos.

O PRIVILÉGIO DO EXECUTIVO

O mesmo pode ocorrer com o acionista em relação aos resultados da empresa.

Um executivo tem o privilégio de trabalhar com o dinheiro dos outros e esses “outros” são os acionistas.

Vivemos uma distorção importante do capitalismo, denominada “capitalismo dos administradores”, pois se discute mais sobre o bônus dos executivos no ano do que sobre resultados empresariais duradouros.

Coincidentemente, tive nesta semana uma reunião com o diretor de uma multinacional onde ele dizia o quanto os funcionários da empresa estavam mais preocupados em conseguir o salário do mês do que em ajudar a companhia a reduzir seus custos e manter-se no Brasil.

Isto é, ninguém se considera responsável pela empresa e o risco de ela fechar as portas no país não parece preocupar seus funcionários.

Minha experiência nisso é que, se ela de fato fechar, muitos serão pegos de surpresa por não acreditarem nessa possibilidade já que, ao longo dos anos, foram acostumados a serem salvos por aportes da matriz.

Para completar este quadro, observa-se que o engajamento e a conexão de novas gerações com as empresas são epidérmicos.

PREOCUPAÇÃO SÓ COM A CARREIRA E O SALÁRIO NÃO GARANTE SEU FUTURO

É como se somente a carreira e o salário importassem e os problemas da empresa fossem um detalhe que o profissional tem de lidar.

Este cenário formado por pessoas que não entendem a empresa como uma classe de ativos no qual o investidor coloca seu dinheiro, focadas em fazer o mínimo necessário para receber o salário do mês e desconectadas da companhia e seus problemas não gera uma cultura para resultados de longo prazo.

Na verdade, é um ambiente vazio, desinteressante e empobrecedor das almas das pessoas que lá ingressam para desenvolver suas carreiras.

Muito se fala do setor público e como ele mata o entusiasmo dos jovens profissionais que lá ingressam e que desejam contribuir para um Brasil melhor. Parece que essa cultura de desinteresse contaminou a cabeça de muitas pessoas no setor privado também.

Para aqueles que gostam muito de trabalhar, de aprender, resolver problemas e servir, é como estar cercado de esquizofrênicos que não entendem nada do que está acontecendo e de suas responsabilidades.

Mas, não precisa ser assim.

Temos a responsabilidade de, como executivos, começar a cobrar as famílias e, principalmente, as universidades a entregarem para a empresa profissionais mais bem preparados.

O viés que domina as universidades e seus professores tem de ser questionado por formar profissionais piores que no passado. A teoria da evolução parece estar subvertida nas escolas, isto é, as pessoas ficam piores quanto mais “estudam”.

Na verdade, há muita coisa subvertida nas universidades e que têm feito muito mal aos alunos, à nossa cultura e valores brasileiros.

E não apenas intelectualmente, mas também social e psicologicamente.

Todas as mazelas do país terminam por bater nas empresas.

Hoje, as organizações têm de suprir as pessoas com planos de saúde, treinamentos técnicos e comportamentais e de liderança. Sem falar nos custos de pessoas afastadas por problemas psicológicos.

É evidente que tais treinamentos devem existir para esclarecer o profissional daquilo que é específico na empresa. Entretanto, tenho observado executivos com deficiências de princípios e conceitos elementares para sua carreira e que deveriam ter aprendido nas universidades.

E não vou me deter na dificuldade de muitos com a língua portuguesa.

Sinto que as empresas são muito cobradas em diversas perspectivas sobre sua responsabilidade para com as pessoas. Mas, a mesma cobrança praticamente não existe para com os professores e o meio universitário.

Vejo que o problema é tão grave que tem de ser resolvido fora da academia. Isto é, se alguém desejar se formar verdadeiramente como profissional em sua área de atuação deve procurar por conhecimento verdadeiro fora das instituições tradicionais e voltar-se para profissionais e professores que estão verdadeiramente engajados em mudar esta situação.

Felizmente há muitos envolvidos nesse processo.

Mas, isso não reduz a responsabilidade do executivo de fazer as cobranças necessárias dentro e fora da companhia. Afinal, muitos problemas não são possíveis de serem resolvidos somente com uma ação do RH.

DESPERTAR

O que é possível fazer é despertar o profissional que seus propósitos de vida e carreira são válidos, mas devem ser alinhados e articulados com os dos acionistas e dos clientes.

Quanto mais compreender de maneira abrangente o cenário no qual sua vida e carreira ocorrem, mais poderá tomar decisões que o favoreçam no longo prazo.

É o foco no desenvolvimento de indivíduos com essa maturidade e consciência que gera as condições para as empresas criarem um ambiente relevante, marcante e inspirador.

E é neste contexto que todos podem se beneficiar ao resolver os problemas dos clientes, remunerar os acionistas e pavimentar um futuro digno e próspero para si mesmo e sua carreira.

Um trabalho para 12 Hércules.

Conte comigo para auxiliá-lo nisso e vamos em frente!

Silvio Celestino

Sócio-diretor da Alliance Coaching

silvio.celestino@alliancecoaching.com.br