Se você ainda não viu a entrevista com o Managing Director da Kviv Ventures, Caetano Jesus, clique na imagem abaixo.
Falamos sobre os desafios dos investimentos empresariais, a carreira executiva e o foco nos resultados.
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Na entrevista com o Managing Director da Kviv Ventures, Caetano Jesus, um tema singular surgiu quando ele disse que o fundador da empresa procurava em seus negócios a “paz societária”
Para quem tem ou já teve problemas com sócios, o termo é auto-explicativo e deveria ser motivo de um curso inteiro principalmente para aqueles que desejam empreender pela primeira vez.
Achar o sócio certo para iniciar um empreendimento é apenas a introdução ao problema.
Existem alguns que são bons para a largada, mas não possuem a capacidade de trabalho necessária para fazer o negócio decolar e se estabelecer.
Outros são bons somente quando os tempos são bons, mas, nas crises, perdem a cabeça – e, nos casos mais graves, a moralidade.
Existem os que se tornam verdadeiros demônios após ganhar dinheiro e aqueles que simplesmente abandonam o barco quando vêem que o negócio não está indo tão bem quanto gostariam.
No dia-a-dia o sócio bom é aquele que você consegue se relacionar sem que isso seja um fardo tanto no início do negócio, mas nos bons e maus momentos.
Se você acha difícil encontrar uma agulha no palheiro, é porque nunca pensou em quão raro é encontrar um bom sócio.
A PAZ NO TRABALHO
O mundo do trabalho se tornou, em muitos aspectos, um fardo bastante difícil de carregar pela falta de tranquilidade com que as pessoas enfrentam os problemas quotidianos.
Elas perderam a consciência sobre o impacto que provocam nas demais.
No texto “Procuram-se profissionais responsáveis”, eu falava sobre o fato de existir indivíduos que simplesmente não fazem o trabalho para o qual são contratados e parecem não se importar com isso.
Outras pessoas não se preocupam com a qualidade do que entregam. Eu mesmo fico muito constrangido ao entrar em uma loja de artesanato brasileiro e ver peças disformes, rostos sem olhos, nariz e boca, feitas sem capricho algum e achar que isso representa nossa cultura. Até comprar imagem de santo hoje é um problema porque são feitas com olhos disformes e construídas fora da tradição de beleza e esmero da arte sacra.
A FALTA DE ATENÇÃO
A quantidade de retrabalho dentro das empresas é assustadora.
Eu uso como exemplo o que ocorre em restaurantes e cafeterias. É raro eu fazer um pedido somente uma vez e ele vir corretamente.
Ainda recentemente, uma atendente esqueceu de cobrar um vinho em meu jantar. Dá para imaginar o prejuízo do dono do restaurante?
Quando disse a ela que eu adoraria que o valor do jantar tivesse sido aquele, mas que ela esquecera de cobrar o vinho, ela quase desfaleceu.
O que aconteceu com a atenção das pessoas? Será que é somente o celular o culpado?
Por último, algumas pessoas se consideram valorizadas se criarem uma verdadeira gincana para atender os pedidos que lhe chegam.
Desde se aterem a detalhes insignificantes para a tarefa, lamentarem-se do estado emocional e de saúde delas, até o fato de você não ter usado o canal adequado, tudo é motivo para simplesmente se negarem a fazer o trabalho. Como escrevi no texto “Foco no trabalho a ser feito e não na tarefa”
COMO FAZER A PAZ
Em primeiro lugar ela é formada por pessoas que estão dispostas a fazer seu trabalho.
E que focam mais nas maneiras possíveis de fazê-lo do que nas condições de restrições a que todos nós estamos submetidos – acredite, eu também queria ter o orçamento de uma equipe de Fórmula 1, mas isso é para poucos.
Se fazer o trabalho é o início, fazê-lo com esmero é o que se deseja. Não importa se você é o gari ou o presidente de uma empresa – varra e lidere com esmero – as pessoas vão perceber se você se importa com o seu trabalho.
No meu prédio, tenho um faxineiro que não gosta de deixar ninguém limpar os elevadores porque, segundo ele, não o fazem com capricho. Não preciso dizer que nossos elevadores são muito bem limpos por ele.
Em terceiro lugar, tenha muita atenção a quem lhe pede algo. Coloque-se no lugar dessa pessoa, imagine as necessidades dela e, por que não, suas dores e sofrimentos. Afinal, você pode ser o remédio para tornar o dia de alguém mais suportável, suave ou ameno.
Lembre-se do ditado de que, ao encontrar alguém, você não sabe das batalhas que essa pessoa está enfrentando, seja gentil.
A atenção também evita o retrabalho. Se o tempo curto o faz fazer o trabalho sem a devida atenção, você não ganhará mais tempo tendo de fazê-lo duas vezes.
Em quarto lugar, simplifique.
Fico impressionado de quão difícil é fazer as coisas nos dias de hoje. Há muita tecnologia à disposição, mas falta disposição das pessoas para fazer as coisas de maneira mais simples.
Às vezes, um pedaço de papel e uma caneta são a tecnologia que você precisa.
Em outras, levantar-se da cadeira e ir falar diretamente com a pessoa é a tecnologia necessária.
E, por vezes, as pessoas só precisam ouvir um simples: “sim, vou fazer o que você me pediu.”
Por último, não tenha a ilusão de que você será capaz de fazer as coisas quando seus problemas estiverem endereçados e então, terá suas emoções em ordem e se sentirá bem o suficiente para trabalhar.
A vida não funciona desse jeito.
Cada um de nós terá de viver suas batalhas e sairá derrotado em algumas e vencedor em outras.
Mas, quem sabe, teremos mais paz e sucesso se todos ajudarmos uns aos outros a vencerem suas batalhas.
Onde houver uma, conte comigo.
Um grande abraço e vamos em frente!
Silvio Celestino
Sócio-diretor da Alliance Coaching