DEU BRANCO

By in
DEU BRANCO

Para ouvir este texto, clique aqui: Podcast O EXECUTIVO

Tive uma idéia sensacional de artigo para hoje, mas… deu branco.

Ainda no começo da noite de sexta, acreditando ter ainda um fôlego para adiantar o texto, sentei-me em frente ao computador e nada veio à minha mente.

Frustrado, comecei a procurar em minhas anotações e no celular. Onde mesmo havia escrito a minha idéia?

Não achei.

Você já passou por isso?

Posso até ouvir daqui, enquanto escrevo, os perfeccionistas concluírem: mas é só ter um lugar para anotar as idéias.

Sim, eu tenho.

Também tenho uma agenda e procuro colocar tudo o que tenho de fazer nela. E, quem já fez coaching comigo sabe, conheço bem as melhores práticas no tema.

Aliás, acho que nunca vivemos um momento onde tantas pessoas nos dizem como deveríamos conduzir nossas vidas, o que os estudos (sempre eles), dizem sobre isso e aquilo, quais as melhores práticas, enfim, como ser perfeito, sem falhas.

ACEITE SUA HUMANIDADE

Mas, o fato é que somos seres humanos. Se temos idéias incríveis, conhecimentos úteis e precisos, vontade e determinação, também somos falhos, cansamos e erramos.

E, é claro, envelhecemos.

Ah, sim… e esquecemos das coisas.

Um dos grandes problemas que enfrentamos ao desejarmos ser líderes de pessoas é acreditar que o líder tem de ser perfeito.

O resultado é um teatro executivo que incomoda muito a todos.

Isto é, diante de uma evidente falha, impossibilidade de solução, cansaço ou mesmo confusão mental, o líder finge que está certo, que sabe a solução, que está bem disposto ou entendendo tudo o que acontece.

Devido à inflação provocada pela existência de bancos centrais desde 1913, a perda permanente do valor da moeda faz com que todos tenham de trabalhar mais horas, usando mais tecnologia e com uma pressão crescente para manter o padrão de vida desejado.

A esmagadora maioria não entende esse fenômeno, considera os bancos centrais instituições idôneas e acha normal que tenhamos menos filhos que nossos avós e bisavós, que nossos carros e geladeiras sejam menos duradouros do que os do passado e que tenhamos tantos objetos descartáveis ao nosso redor.

Acima de tudo não percebe o quanto o trabalho e mais especificamente a busca necessária e persistente pelo dinheiro tornou-se insana.

Na verdade, todo esse mundo é vendido como uma sofisticação e o líder tem de ser cada vez mais sofisticado e promover mudanças, sempre mudanças.

Mas, o fato é que isso tudo desgasta o ser humano e tira dele o brilho e o foco em assuntos que são mais relevantes para sua vida, sua família e, principalmente, sua alma.

Não deixa de ser interessante observar que hoje tudo é feito por meio da moeda. Antigamente as pessoas podiam simplesmente ir a pé ao parque, fazer seu picnic com o que traziam de casa, conversar com seu par, familiares ou amigos e voltar a pé para elas.

Quantos são capazes de fazer isso atualmente?

Hoje, o desejo de passar uns dias na praia, em uma viagem internacional e mesmo quem deseja repetir o passado e passar algumas horas em um parque vai gastar com o picolé, o transporte e, em alguns casos, tem de pagar para ir ao banheiro.

Comparativamente com o valor para se adquirir o que caberia na cesta de picnic, comprado no armazém, um simples passeio hoje exige mais dinheiro.

Não é surpreendente que as pessoas estejam esgotadas, estressadas, doentes e… e… ah, sim! Esquecidas.

O PAPEL DO LÍDER

Mas, o que podemos fazer diante disso?

Renunciar ao padrão de vida desejado?

Protestar e pedir a volta do padrão-ouro?

Aceitar que as coisas mudam e ficam cada vez mais difíceis e que temos de nos adaptar?

Todo conhecimento, começa com o auto-conhecimento.

Portanto, comece por comparar o que conhece, vê e sente com os demais e observar se há algo por traz disso e que conecta esses fenômenos.
Por exemplo, tenho observado que, mesmo considerando-se o fim de ano que se aproxima, as pessoas estão mais cansadas, doentes e estressadas, do que em anos anteriores.

Pelo visto, a promessa que ouço desde quando ingressei no mercado de trabalho, de que a tecnologia nos daria mais tempo para o que era importante na vida, nunca se concretizou. Hoje, observo que o foco da tecnologia é concentrar o poder nas mãos de alguns em detrimento da maioria.

E nem é preciso comparar o que um Putin pode fazer em relação a você, mas os próprios bilionários que dominam empresas de tecnologia ou farmacêuticas, são inacessíveis ao homem comum e podem literalmente causar-lhes danos sem serem incomodados.

Imagine o que aconteceria com sua vida se a internet fosse desligada agora? Nem o número do telefone de sua esposa você sabe de cabeça.

Nosso papel, como líderes, não é abraçar as mudanças de maneira acéfala, mas observar se elas de fato, estão contribuindo para as pessoas, as famílias e o país e, se a resposta for não, recusá-las.

Afinal, de que adianta uma empresa ir bem se as pessoas e o país onde ela está instalada está indo mal?

EM BUSCA DE UM EQUILÍBRIO SUSTENTÁVEL

A realidade descrita pode parecer desafiadora, mas não é intransponível.

Como líderes e indivíduos, temos a capacidade incrível de nos adaptar e evoluir.

A chave está em reconhecer que, embora não possamos controlar todas as variáveis externas, podemos influenciar nossa resposta a elas. Isso significa aceitar que a perfeição é uma miragem e que o equilíbrio é um processo contínuo, não um destino final.

É essencial que, como líderes, sejamos encorajadores de um ambiente onde a saúde mental e física seja priorizada. Vamos promover um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal, onde a tecnologia seja uma ferramenta para melhorar a qualidade de vida, não para sobrecarregá-la.

Inspirar as pessoas a reconhecer o valor em momentos simples, como um passeio no parque ou um jantar em família. Estes são os momentos que rejuvenescem a alma.

Além disso, o autoconhecimento deve ser a base para a compreensão de como lidamos com as pressões externas. Ao entender nossas limitações e forças, podemos navegar melhor nas complexidades do mundo moderno. E, mais importante, podemos ensinar e inspirar os outros a fazerem o mesmo.

Por fim, é vital reconhecer que mudanças significativas começam com pequenos passos. Cada ação consciente em direção a um estilo de vida mais equilibrado e sustentável é um passo na direção certa, não apenas para nós, mas também para as gerações futuras.

Líderes não são apenas aqueles que guiam outros para o sucesso comercial, mas também aqueles que inspiram mudanças positivas e duradouras em todos os aspectos da vida.

Portanto, embora a noite de sexta tenha começado com um branco na mente, ela termina com uma visão clara e otimista.

A idéia não é apenas sobre escrever um artigo, mas sobre viver e liderar de uma maneira que traga verdadeiro significado e satisfação, tanto para nós quanto para aqueles que nos rodeiam.”

Conte comigo para isso e vamos em frente!

Silvio Celestino

Sócio-diretor da Alliance Coaching

silvio.celestino@alliancecoaching.com.br