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Um industrial conversava comigo a respeito de seus desafios de crescimento com lucratividade e de como havia perdido o protagonismo no mercado para seus concorrentes ao longo dos anos.
Foi quando lhe perguntei onde achava que estava o problema e ele disse que as razões eram múltiplas, mas havia uma que mais lhe preocupava:
Seus executivos não conheciam com profundidade os próprios departamentos.
Sem esse conhecimento profundo, a empresa operava de maneira fragmentada e não tinha uma unidade nem para os clientes, nem para os acionistas.
Essa é uma situação que observo em outras organizações.
Existe uma espécie de falta de interesse em saber com maior profundidade tudo o que se relaciona com o departamento e em alargar o horizonte de consciência a respeito da empresa, dos clientes e dos concorrentes.
A PARTE TÉCNICA TAMBÉM PRECISA DE APAIXONADOS
Antes de falarmos sobre os aspectos da liderança, é fundamental pensarmos nas pessoas que queremos para trabalhar e incentivar aos jovens a descobrirem o que desejam em suas vidas. Mostrar coisas novas e relevantes para suas carreiras e a importância daquilo para as pessoas.
Lembrei deste assunto nesta semana ao visitar o escritório da Intel após duas décadas longe da área de computação.
Uma empresa pode ser decisiva na vida de uma pessoa e muitos de seus funcionários nem fazem idéia disso.
Nas décadas de 80 e 90 projetei computadores com essa tecnologia e foram anos muito felizes, porque era algo empolgante para mim. E isso me fazia estudar com profundidade tudo que se relacionava ao tema.
Ao sair da área técnica e ir para a de negócios, escrevi com outros dois amigos um livro sobre a linha de processadores da Intel em 1992 e deixamos registrado nosso conhecimento.
Muitos anos depois, ao coordenar um grupo de estudos de gestão de cultura organizacional, na ABRH-SP, em 2015, fiz um exercício para mostrar a todos a conexão da cultura com a experiência do consumidor e pedi aos participantes para compartilharem as marcas que possuíam valores importantes para eles.
Quando chegou minha vez de dar o meu depoimento, era evidente que graças à Intel tive a oportunidade de aprender a programar, desenvolver computadores, vendê-los e sustentar minha família nos anos difíceis das décadas de 80 e 90.
E gerar oportunidades é um valor importante para mim.
Não sei se algum funcionário da empresa pensa nisso em seu trabalho, mas toda empresa possui uma responsabilidade na vida das pessoas maior do que a maioria tem consciência.
NA LIDERANÇA OCORRE O MESMO
Se a profundidade nas questões técnicas é relevante, na gestão de pessoas, negócios e operações ela é crítica.
Articular os conhecimentos, as melhores práticas, adquirir soft skills e manter-se atualizado é um desafio gigante, mas a ser encarado com paciência, determinação, persistência e sacrifício.
Acima de tudo com muita responsabilidade.
Um executivo deve atentar-se para os detalhes de seu departamento, como ele articula com os demais, qual sua responsabilidade perante cada um deles, a empresa como um todo, para os clientes e acionistas.
Quando o executivo pára de adquirir conhecimento, não aprende sobre estratégia e política na empresa ou não assume suas responsabilidades, o resultado é desastroso.
Por vezes, ocorre de observarmos que os clientes entendem mais sobre seus produtos do que os próprios executivos da empresa. Afinal, eles vêem no produto adquirido o resultado real do trabalho integrado de cada departamento.
PACIÊNCIA E PERSISTÊNCIA
Não existe atalho para aprofundar-se nas questões de seu setor.
O líder deve compreender o propósito, os objetivos e como se integram no business plan, o ritmo necessário para entregar o que precisa, cuidar e desenvolver as pessoas para que o façam.
Lembre-se que responsabilidade significa obrigação de responder e podemos ver quão desastrosos podem ser líderes que não se responsabilizam pelo resultado de suas ações em eventos como o temporal da semana passada em São Paulo.
É claro que a carreira executiva é interessante por inúmeros fatores, mas, além do bônus, abrace o ônus para crescer com os desafios e gerar resultados positivos à empresa, aos clientes e para sua própria carreira.
Se realmente quer se um executivo consciente e relevante, o auto-desenvolvimento constante é o pilar que lhe dará sustentação e acima de tudo aumentará sua musculatura executiva para suportar o peso cada vez maior da responsabilidade que cai em seus ombros quanto maior o cargo que ocupa.
Você está preparado?
Conte comigo para isso e vamos em frente!
Silvio Celestino
Sócio-diretor da Alliance Coaching
silvio.celestino@alliancecoaching.com.br
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