COMO LIDAR COM AS MUDANÇAS NO MERCADO DE TRABALHO

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COMO LIDAR COM AS MUDANÇAS NO MERCADO DE TRABALHO

Para ouvir este texto, clique aqui: Podcast O EXECUTIVO

Fui convidado para dar uma palestra, no próximo mês setembro, sobre as mudanças no mercado de trabalho dos últimos anos e compartilho com você as primeiras idéias que me vêm à cabeça abordar enquanto amplio minha pesquisa.

Ao ordenar o histórico a respeito, é surpreendente o quão velozes ocorreram e como vemos em pouco tempo um conjunto de mudanças drásticas como algo natural, mas não refletimos se de fato são tão positivas e naturais ao ser humano quanto se diz no mainstream.

Pela quantidade de problemas psicológicos ao nosso redor, é evidente que há algo de muito errado na velocidade, direção e profundidade dessas mudanças.

MUDANÇAS TECNOLÓGICAS E SOCIAIS

Nos anos recentes, temos testemunhado uma série de modificações profundas no mercado de trabalho, impulsionadas pelas rápidas mudanças tecnológicas e sociais. Essas tendências têm exigido uma adaptação constante por parte das empresas e dos profissionais, redefinindo a forma como trabalhamos e nos relacionamos no mundo corporativo.

Uma das mudanças mais significativas é a crescente automatização e adoção da Inteligência Artificial. Por mais que algumas empresas importantes, como a Apple, tentem frear o seu uso para ordená-lo, as tecnologias avançadas, como automação de processos e algoritmos inteligentes, estão substituindo tarefas repetitivas e de baixa complexidade. Isso significa que os profissionais precisam desenvolver habilidades mais sofisticadas, como pensamento crítico, criatividade e resolução de problemas complexos, para se destacarem em um ambiente cada vez mais digital.

PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS

O ponto sem solução é conhecer a história de um determinado tema pois ao questionar uma inteligência artificial, a única base para fazer uma análise crítica será saber se, de fato, a resposta que ela lhe oferece é verdadeira. Portanto, o profissional deverá conhecer princípios e fundamentos para se nortear e isso depende de ele ler os livros que informam sobre isso.

Minha experiência recente é que a maioria não tem fundamentos nem ao menos de sua área de atuação: o que ela é? Como ela surgiu? Como se desenvolveu? Em que ponto está e para onde está indo? Quais são os personagens principais e as correntes de idéias que a envolvem?

Tudo isso é praticamente desconhecido pela maioria e exige muito interesse e leitura – dois elementos que disputam, com poucas chances de vitória, a relevância na cabeça das pessoas em um mundo inundado de distrações e divertimentos.

TRABALHO REMOTO

Outra tendência marcante é a adoção do trabalho remoto e flexível.

A pandemia de COVID-19 acelerou essa mudança, revelando que é possível realizar o trabalho de forma eficiente fora do ambiente tradicional de escritório.

A flexibilidade no local de trabalho tem se mostrado vantajosa tanto para as empresas, que podem atrair talentos globais e reduzir custos operacionais, quanto para os profissionais, que ganham mais autonomia e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Mas, é uma faca de dois gumes, tenho percebido que o trabalho remoto funciona bem quando nada dá errado. Se um problema sério exige uma solução rápida, o tempo requerido somente para colocar todos os profissionais online em uma emergência é maior do que a solução que seria discutida e implementada se todos estivessem no mesmo espaço físico. Além das fissuras relevantes que ocorrem na cultura da organização.

Também me preocupa muito o controle de segredos industriais e estratégicos nessa distribuição de pessoas fora da empresa.

Outro problema é que o processo de demissão pode se tornar desumanizado quando feito à distância, online e com pessoas de outros países.

TRABALHO INTERMITENTE

A gig economy, ou trabalho temporário e intermitente, também tem ganhado destaque. Cada vez mais profissionais estão optando por trabalhar como autônomos em contratos temporários. Plataformas digitais estão surgindo para conectar esses talentos independentes a projetos e oportunidades de trabalho, permitindo maior flexibilidade e diversificação nas carreiras.

TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

A transformação digital tem sido uma prioridade para muitas empresas, independentemente do setor de atuação. A adoção de tecnologias como big data, analytics, IoT (Internet das coisas) e computação em nuvem tem sido essencial para impulsionar a inovação e a eficiência operacional. Essa transformação requer profissionais com habilidades digitais avançadas, e as organizações têm investido cada vez mais em programas de capacitação e requalificação para acompanhar essa demanda.

DEMOGRAFIA É CHAVE

Além disso, é importante a mudança demográfica, isto é, o envelhecimento da força de trabalho.

Em muitos países, no Brasil inclusive, a população está envelhecendo e impactando diretamente o mercado de trabalho devido às aposentadorias insuficientes.

Mais pessoas estão trabalhando além da idade de aposentadoria tradicional, trazendo experiência e conhecimento, enquanto outras enfrentam desafios de requalificação e adaptação a novas demandas profissionais.

Diante dessas transformações, é crucial que os executivos estejam atentos às tendências e se preparem para liderar suas organizações nesse novo cenário demográfico. É essencial investir no desenvolvimento de habilidades digitais, fomentar uma cultura de aprendizado contínuo e ter um olhar atento às transformações.

O LÍDER TRANSFORMADOR

Ser um líder transformador não significa adotar as mudanças sem reflexão. Muito pelo contrário, é ser aquele que percebe as transformações ao seu redor, as estuda com profundidade, classifica as que deve aceitar e quais rejeitar, e transforma continuamente sua liderança ao mesmo tempo em que auxilia outros a se transformarem em líderes também.

Ou seja, um líder transformador é, acima de tudo, um educador.

E educar leva tempo.

CONSTANTE EVOLUÇÃO

O mercado de trabalho está em constante transformação, não basta as empresas se adaptarem de maneira acéfala rapidamente e abraçarem essas modificações na ilusão de terem uma vantagem competitiva significativa.

É a capacidade de antecipar tendências e refletir sobre suas consequências que as permitirá aproveitar as oportunidades oferecidas pela tecnologia e criar um ambiente de trabalho capaz de atrair os talentos que sejam os verdadeiramente melhores para as necessidades da empresa, seus acionistas e clientes.

CONSTANTE REQUALIFICAÇÃO

Além disso, é fundamental que os executivos promovam uma mentalidade de requalificação (reskilling) e aprimoramento contínuo (upskilling) entre seus colaboradores.

Investir em programas de capacitação e oferecer oportunidades de aprendizado consistente ajudará a garantir que a força de trabalho esteja preparada para as demandas futuras.

Por fim, temos de lembrar que, embora as mudanças no mercado de trabalho possam trazer riscos e desafios, também oferecem oportunidades significativas.

Aqueles que conseguirem refletir, se adaptar e abraçar a transformação positivas e rejeitar aquelas que são riscos certos, poderão colher os benefícios de uma força de trabalho ágil e altamente qualificada.

Para isso, tenha um bom radar à sua disposição. Isto é, esteja sempre atento às mudanças, busque novas perspectivas e esteja disposto a explorar novos modelos de trabalho.

Afinal, a capacidade de reflexão, de usar a adaptação nos contextos apropriados e inovar será o diferencial que definirá o sucesso das empresas no mercado de trabalho em constante evolução.

É isso que permitirá um futuro de sucesso e crescimento nesse cenário dinâmico e desafiador.

Sem dúvida, um trabalho para 12 Hércules.

Conte comigo para isso e vamos em frente!

Silvio Celestino

Sócio-diretor da Alliance Coaching

www.silviocelestino.com.br

silvio.celestino@alliancecoaching.com.br