Coaching de vida: por que você não pode simplesmente trabalhar?

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Coaching de vida: por que você não pode simplesmente trabalhar?

Percebo claramente, em processos de coaching, que a maioria dos executivos imagina que tudo que precisa fazer para ter sucesso é trabalhar muito, voltar para casa, cuidar da família e dos amigos. Mas, ao olhar em volta vemos o resultado de se pensar deste modo.

Aprendendo com executivos e empresários venezuelanos.

Há cerca de um ano eu peguei um Uber em Miami e percebi que o motorista não falava inglês. Felizmente, minha esposa fala muito bem espanhol e juntos descobrimos que ele era um empresário venezuelano que perdeu tudo para os comunistas liderados primeiro por Chaves e agora por Maduro.

Do mesmo modo, neste ano, em um trabalho na Costa Rica, encontrei outros dois executivos venezuelanos que me contavam os horrores que haviam passado sob a ditadura comunista e como seria difícil retornarem ao país e, mais tristemente, não sabiam quando, ou se, um dia veriam suas famílias reunidas de novo.

Como todo líder executivo e empresarial, eles estavam trabalhando, preocupados com seus negócios, carreiras, família e amigos.

Você também faz o mesmo?

Infelizmente, isto não é suficiente!

A vida se parece muito com um jogo.

Pois, se imaginarmos nossas vidas como um jogo, devemos nos perguntar: quem toma conta das regras? Quem é o juiz? Em que campo estamos e quem são os nossos adversários?

Sim! Sua carreira se desenvolve em um jogo e, se você não sabe quem está cuidando dele, não perceberá que ele está completamente viciado e você não tem condição de ser bem-sucedido.

O campo no qual você joga se chama Brasil. Mas, este nome se refere apenas ao local geográfico onde você está. O campo não é o jogo, é apenas onde ele se desenvolve.

Quais são as regras do jogo? Quem é o juiz? Quem são os bandeirinhas? Quem são os demais jogadores?

As regras do jogo são expressas na constituição e demais leis. Os juízes que irão interpretar as regras são divididos em várias instâncias, sendo a mais importante o STF – Superior Tribunal Federal.

Quem controla as regras, ganha o jogo.

Se as regras do futebol fossem alteradas a cada jogo seria muito difícil você jogar, do mesmo modo, se as regras de um país mudarem a todo momento, o jogo fica incompreensível. Em 2005, eu era professor de liderança na Unisescon – Universidade Corporativa do SESCON-SP – e a entidade possuía uma revista. Lembro-me que a capa de uma de suas edições era: Lei tributária foi alterada 135.000 vezes em um único ano”.

Ora, diante de tamanha aberração, irá ganhar quem controlar a criação das regras e a formação dos juízes pois ninguém mais estará apto a compreender o jogo.

Você está interessado em fazer isso? Provavelmente não. Entretanto, há pessoas que acordam e vão dormir e só pensam em uma única coisa: como fazer isso e consequentemente ter poder?

São essas pessoas que dominam as regras, os juízes e, portanto, o jogo.

Condição para não se interessar pelo seu país.

Você somente poderia trabalhar muito, ir para casa e cuidar da família e amigos se todos ao seu redor fizessem o mesmo. Como isso não acontece, você tem duas opções: colocar na agenda o seu estudo sobre quem são essas pessoas e a que grupos e forças pertencem, ou aceitar tudo o que lhe é imposto por aqueles que se interessam por isso – veja o que aconteceu em anos recentes com o povo da Venezuela e, neste exato momento, com os da Bolívia, Chile e Argentina.

Tenho certeza que, em todos esses países havia e há pessoas que trabalham muito, só querem cuidar de suas vidas e ficarem longe da política – até que a política os alcança e eles não podem querer mais nada.

Os executivos – gerentes, diretores e presidentes de empresas – são as vozes ausentes nos grandes temas nacionais. Dedicam suas vidas às empresas, sem perceber o que ocorre à sua volta, até perderem o emprego e se perguntarem: o que aconteceu comigo que sou tão dedicado ao trabalho?

Bem, aconteceu que, ser dedicado ao trabalho é apenas parte da solução dos problemas que você enfrenta para ser bem-sucedido. Do mesmo modo que existe uma disputa de poder em sua empresa, ocorre o mesmo com o país e o mundo. Se você não se interessa por estes assuntos, estará perdido.

Quem fornece a informação também é parte do jogo

E, quanto mais assistir à mídia tradicional, mais perdido estará, pois ela é um dos jogadores. Ou você busca principalmente por livros e autores capazes de explicar a situação, o contexto histórico e possíveis desdobramentos, ou estará sempre pensando e divulgando o que esses grupos ávidos pelo poder desejam que você faça. Alguém que só se informa pela mídia tradicional está fadado ao fracasso.

Portanto, para que não se transforme em um executivo ou empreendedor como os venezuelanos que mencionei no início do texto, recomendo fortemente que você coloque na agenda se informar, acompanhar e, principalmente, se manifestar a respeito dos grandes temas nacionais.

São aqueles que dirigem os debates sobre estes temas que, em última análise, definem as leis. E são elas que definem o futuro de todos, inclusive o seu.

Se todos os países forem tomados pela força que tomou a Venezuela, o que você fará? Mudará para Marte para continuar trabalhando sem se preocupar com a política?

Vamos em frente!

 

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