UM LÍDER COERCIVO JAMAIS TERÁ SUCESSO DURADOURO

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UM LÍDER COERCIVO JAMAIS TERÁ SUCESSO DURADOURO

Assista à entrevista do Dr. Thiago Takara, fisioterapeuta e criador do método Canolu. Você vai conhecer uma abordagem inovadora para dores muito comuns em executivos.

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Para ouvir este texto, clique aqui: Podcast O EXECUTIVO


“Comportamentos vão precisar mudar e isso é uma coisa que estamos pedindo às empresas. Vocês têm que forçar os comportamentos, e na BlackRock nós estamos forçando os comportamentos,” disse o CEO, Larry Fink, em uma entrevista de 2017 ao NY Times, referindo-se à como pretendia implantar as diretrizes ESG em sua empresa e forçar seus clientes a fazer o mesmo.

Esta entrevista ressurgiu em 5 de junho deste ano, na FoxNews, e foi alvo de severas críticas nas redes sociais a ponto do senador americano JD Vance, escrever que a BlackRock está “destruindo valor e está envolvida em condutas ilegais e imorais.”

Em outra crítica, uma mulher afirmou:

“O CEO da BlackRock resumiu perfeitamente o que o Comunismo representa: comportamento FORÇADO”, escreveu Xi Van Fleet, uma mãe da Virgínia que vivenciou a Revolução Cultural de Mao Zedong, no Twitter. “Sob o Comunismo, as pessoas são forçadas a ‘compartilhar’ sua riqueza e forçadas a obedecer à vontade do estado. ESG é o Comunismo visando escravizar a todos nós.”

Palavras duras e que me fizeram lembrar de um artigo intitulado: “Marcas de direita, uma oportunidade” escrito por Nizan Guanaes no dia seguinte a essa matéria da Fox.

Em um timing perfeito e com muito zelo e cuidado, Nizan procura logo de início esclarecer que o artigo não trata de política – nem poderia pois logo no primeiro parágrafo ele afirma a demanda por uma “direita constitucional progressista”, o que denota seus desafios com o tema.

Mas, em seguida ele faz uma afirmação perfeitamente observável:

“Essa pauta “woke” que muitas vezes parece dominante, reflete o universo em que eu vivo. Mas, não é o universo em que vive o Seu João e a Dona Maria”.

Logo em seguida ele alerta para o ponto principal que interessa a todos os executivos:
“Tem muito mercado para quem defende a família, quem é conservador, quem é contra um monte de coisas que eu sou a favor.”

Se você traduzir mercado para pessoas, vai entender o imbróglio no qual as empresas se meteram.

A derrocada épica da Budlight nos Estados Unidos, que literalmente abandonou seu consumidor em sua propaganda para abraçar uma pauta ESG, mostra o ponto que quero chegar: milhares de pessoas estão perdendo seu emprego por causa de decisões de líderes empresariais que querem forçar comportamentos.

Onde está o lucro? Onde está o resultado duradouro? Onde estão os empregos?

O artigo de Nizan Guanaes não serve, portanto, apenas como uma reflexão sobre estratégia de marketing e de mercado, mas é, acima de tudo um alerta para os líderes executivos.

ESCOLHA MELHOR AS FONTES DE IDÉAS

Grande parte do problema está no fato de que organizações que dizem representar o RH bebem em fontes como ONU e Fórum Econômico Mundial. E reverberam suas idéias como se houvesse algum motivo para nós, executivos brasileiros, segui-las.

Por qual critério esses organismos estão mais qualificados para dizer o que fazer do que nossa consciência sobre o que é o Brasil, nossa história, cultura, e o que realmente somos como povo?

Por acaso nossa cultura deve se submeter de maneira forçada a outras?

Está na hora de pararmos de olhar para o estrangeiro como superior a nós. O Brasil tem uma cultura única e que é capaz de filtrar o que há de melhor lá fora e aplicável aqui e rejeitar o que não nos serve.

Sempre disse isso: “O Líder transformador é aquele que percebe as modificações ao seu redor, as estuda e classifica o que deve adotar e o que deve rejeitar. E ajuda os demais a se transformarem em líderes também.”

O bom líder não pode ser acometido de uma ecolalia tardia, isto é, repetir frases de efeito com idéias por vezes estapafúrdias, simplesmente porque todos estão dizendo e perderam a capacidade de reflexão.

Essa admiração por idéias de fora é indevida.

O que há de admirável em querer bloquear a luz do sol, aplicar taxa de juros negativa ou de querer forçar comportamentos em pessoas? Todas essas idéias são discutidas em países estrangeiros por presidentes de organismos internacionais, presidentes de Bancos Centrais e bilionários.

As pessoas têm confundido quantidade de dinheiro na conta com quantidade de inteligência e sabedoria, mas essa correlação não existe.

COMO UM CONSERVADOR PROTESTA

O ponto principal para o líder executivo é compreender que o silêncio de um conservador não significa aceitação.

Como alguém que auxilia o desenvolvimento de executivos nos bastidores, tenho ouvido reflexões de alguns que não estão nem um pouco contentes com todas essas mudanças forçadas.

Um C-level me confidenciou que estava extremamente incomodado porque a matriz estava pedindo a ele que mudasse seu perfil no LinkedIn para acrescer “ele/dele”, sendo que ele é evangélico e sentia-se profundamente ofendido com essa demanda.

Também conheço um diretor financeiro que simplesmente saiu da empresa porque não aceitava certas imposições que nada tinham a ver com o desenvolvimento e a performance de sua área.

Um conservador protesta deste jeito: abandona seu líder, abandona a marca, abandona a empresa.

Portanto, não existe apenas uma oportunidade estratégica e de mercado, como alertou Nizan Guanaes, mas uma oportunidade para novos líderes que sejam capazes de refletir, compreender e agir em acordo com a realidade e não com idéias criadas por indivíduos que não aceitam a verdade, mas que desejam rejeitá-la e forçar os demais a fazer o mesmo – como o CEO citado no início do texto.

Isso jamais acabará bem. E quando terminar muito mal, também precisaremos de bons líderes para limpar a bagunça que será deixada.

Portanto, continue a aumentar sua musculatura executiva para ser cada vez mais um líder consciente, sábio e com grande capacidade de reflexão e ação.

Pois sempre haverá demanda para esse tipo de executivo. Aliás, quanto pior as coisas ficarem, maior será a demanda.

Conte comigo para isso e vamos em frente!

Silvio Celestino

Sócio-diretor da Alliance Coaching

silvio.celestino@alliancecoaching.com.br