SUCESSO E VISÃO DE LONGO PRAZO

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SUCESSO E VISÃO DE LONGO PRAZO

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Por que as novas gerações estão gastando em luxo e as pessoas mais velhas estão investindo em ativos de risco para sua aposentadoria?

Li dois artigos que dizem muito sobre em que ponto está o nível da educação financeira de pessoas de gerações distintas.

O primeiro artigo, da Bloomberg Línea, destaca uma tendência marcante entre a Geração Z: a prioridade de desejos e gastos com luxo em detrimento do sonho da casa própria.

Diante de desafios econômicos, como o aumento das dívidas estudantis e do custo de vida, muitos jovens veem seu futuro financeiro como incerto.

Essa percepção leva a um comportamento denominado “doom spending”, onde compras de luxo são vistas como uma forma de satisfação imediata em um mundo repleto de incertezas econômicas, políticas e ambientais.

Para mais detalhes, você pode ler o artigo completo na Bloomberg Línea.

O segundo artigo que li foi o da Real Investment Advice que explora a tendência crescente de pessoas mais velhas que poupam para a aposentadoria investirem mais em ações como estratégia contra a inflação, apesar dos riscos associados a essa abordagem.

O texto discute o otimismo dos investidores devido a altos retornos do mercado de ações nos últimos anos e questiona a sustentabilidade desses retornos no futuro.

Além disso, destaca o desafio enfrentado pela maioria dos americanos de não ter economias suficientes para a aposentadoria, o que os leva a assumir mais riscos no mercado de ações.

CONECTANDO GERAÇÕES ATRAVÉS DE DECISÕES FINANCEIRAS

Destaco dois pontos relevantes nesses artigos.

O primeiro deles é o fato da Geração Z se auto-orientar numa área fundamental da vida que é o equilíbrio de suas finanças.

É muito difícil um jovem ter a noção do momento histórico específico em que nasceu e encontrar sozinho os relatos verdadeiros sobre o que aconteceu antes de sua chegada ao mundo.

Nesta síndrome de Adão, isto é, da visão do mundo como se ele tivesse começado com a pessoa, o indivíduo tira conclusões tão equivocadas quanto a relatada pelo artigo. Isto é, o pensamento em sua cabeça é: “já que não poderei comprar uma casa, vou torrar meu dinheiro com um artigo de luxo para ter um prazer porque mereço.”

O segundo ponto a destacar é o fato de que a geração mais velha também está tendo muita dificuldade com suas finanças.

Portanto, querer que ela salve seu futuro e deixe alguma herança, nas condições atuais, é pedir muito. Querer que ela salve seu futuro, deixe alguma herança e ainda oriente a nova geração é pedir o impossível.

Ou seja, a nova geração não está sendo orientada pela anterior porque esta última está numa luta de vida ou morte pela sua própria aposentadoria.

TEMPOS DE CERTEZA

O que me chama a atenção nos artigos é a afirmação de que vivemos tempos de incerteza.

Entretanto, se os bancos centrais ao redor do mundo não param de emitir moeda, é certo que teremos cada vez mais inflação. Não importa o que o governo nos diga.

Também é certo que grande parte desta moeda tem inflado o mercado acionário.

Mas, é possível os bancos centrais emitirem moeda indefinidamente?

A resposta a essa pergunta mostra o que o momento atual representa alto risco para pessoas que não conhecem a história e estão investindo no mercado acionário, como bem alerta o artigo da Real Investment Advice ao seu final.

Podemos concluir que tanto uma como outra geração enfrentam desafios únicos no manejo de suas finanças.

Por um lado, a Geração Z, opta por gastar em desejos imediatos e luxo, renuncia ao ponderado sonho da casa própria diante de um futuro econômico que considera incerto.

Por outro lado, os que poupam para a aposentadoria voltam-se para o mercado de ações e buscam compensar a falta de economias com a esperança de altos retornos, apesar dos riscos potenciais.

Essas tendências refletem uma mudança fundamental na forma como as diferentes gerações percebem e reagem às suas realidades financeiras.

Mas, ambas abordagens, embora diferentes em suas manifestações, são respostas de indivíduos com pontos cegos importantes em sua educação financeira em um mundo de futuro cada vez mais certo e desafios inflacionários e geopolíticos a enfrentar.

Isso levanta questões importantes para os executivos sobre os valores que orientam as decisões de indivíduos de suas equipes e como elas reverberam nos resultados principalmente de longo prazo.

Afinal, indivíduos com foco no imediato dificilmente serão capazes de fazer o necessário para equilibrar o resultado de curto e de longo prazo.

PROTEJA OS PONTOS CEGOS

No entanto, apesar desses desafios, há espaço para otimismo.

O reconhecimento das dificuldades financeiras e dos pontos cegos a serem protegidos, apontam para onde deve ser o foco do desenvolvimento de todos.

As gerações mais jovens, com sua flexibilidade e abertura para novas idéias, ao conhecerem a experiência e a sabedoria dos indivíduos que se dedicaram a compreender a perversidade do sistema financeiro e como proteger-se dela, têm a oportunidade de aprender a redefinir prioridades de maneira a alinhar bem-estar pessoal com sustentabilidade econômica no longo prazo.

E, é claro, todos nós temos de olhar com atenção cada ação dos bancos centrais e como elas afetam nossa vida pessoal e as finanças das empresas sob nossa responsabilidade.

Portanto, quanto mais indivíduos educados financeiramente, maior a quantidade de olhos bem abertos a nos alertar dentro da empresa e em nossas finanças pessoais de que lado está vindo um problema e como preparar-se para ele e superá-lo.

Conte comigo para isso e vamos em frente!

Silvio Celestino

Sócio-diretor da Alliance Coaching

Autor do livro: O LÍDER TRANSFORMADOR, como transformar pessoas em líderes

silvio.celestino@alliancecoaching.com.br