SEU PODER DE EXAMINAR UMA IDÉIA É A CHAVE PARA SER UM EXECUTIVO BEM-SUCEDIDO

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SEU PODER DE EXAMINAR UMA IDÉIA É A CHAVE PARA SER UM EXECUTIVO BEM-SUCEDIDO

Para ouvir este texto, clique aqui: episódio 40 do podcast O EXECUTIVO

 

Nesta semana aconteceu um exemplo para nós, executivos, de como o conhecimento profundo de uma idéia é fundamental para decisões acertadas.

O Senador Ted Cruz apresentou um projeto de lei para proibir o Banco Central Americano – Federal Reserve – de instituir uma moeda digital nos Estados Unidos.

Ele alega que “O governo federal não possui autoridade para unilateralmente instituir uma moeda (digital) emitida pelo banco central”.

Cruz explicou em um comunicado de imprensa que, ao contrário de criptomoedas descentralizadas como o Bitcoin, moedas digitais criadas pelo governo são centralizadas e podem ser mais vulneráveis a ataques cibernéticos ou até mesmo serem usadas como uma ferramenta para vigiar transações privadas dos americanos. O projeto de lei é co-patrocinado pelos senadores Mike Braun (Republicano de Indiana) e Chuck Grassley (Republicano de Iowa).

O presidente do Banco Central Americano – Jerome Powell – disse que “Ainda não estamos na fase de tomar decisões concretas. O que estamos fazendo é experimentar, (estamos) em uma fase inicial de experimentação.”

Não deixa de ser louvável a preocupação do Senador Ted Cruz – comparativamente, ainda não vi nenhum político brasileiro se opor ao Real digital, mas é importante notar que o povo brasileiro não foi consultado sobre se deseja ou não ter uma moeda digital.

Mais que isso, a maioria não tem a menor noção do perigo que isso representa para sua privacidade e liberdade.

É neste sentido, de comparar riscos e benefícios, que alerto que os executivos devem se interessar por aprofundar seu entendimento de idéias que surgem associadas a uma propaganda positiva, mas sem a devida reflexão a respeito das consequências futuras e mais abrangentes.

A LIDERANÇA EXECUTIVA É INTELECTUAL

Isto me faz reforçar a importância da boa formação do executivo já que ele é um líder intelectual. Isto é, um autor pela palavra ou, explicando melhor, alguém que tem a capacidade de fazer as pessoas fazerem o que ele deseja pelo diálogo.

Para isso, têm de se interessar em aprofundar-se em temas enquanto ainda são idéias em germe, isto é, que ainda não se instalaram na cabeça das pessoas.

Quando você não é capaz de desdobrar a partir dos primeiros estágios de uma idéia quais serão suas consequências, quando elas chegarem, poderá ser tarde para remediá-las.

É claro que aqui, nestes meus textos semanais, analiso informações do cotidiano para esclarecer exemplos que vão pelo mundo, mas que podem estar acontecendo em uma escala microscópica dentro de sua empresa, ou em sua carreira.

TIRO NO ALVO ERRADO

Como escrevi, é louvável a iniciativa do Senador Ted Cruz para impedir a adoção de moeda digital controlada pelo banco central americano, entretanto, não é possível barrar sua criação por meio de uma lei que a proíba. Se assim o fosse, os governos conseguiriam agir sobre as criptomoedas também. Mas, isto é impossível, tanto é que o próprio presidente do FED disse que estão apenas fazendo “experimentos”.  (Parece o Anthony Fauci falando).

As moedas digitais, de certo modo, já estão implementadas.

Quando você entra em seu aplicativo e faz um pagamento via pix, ou transfere moeda de uma conta para outra, você o faz digitalmente.

Portanto, os bancos têm condição de saber onde você gasta e o vendedor sabe no que você gasta.

É claro que ambos podem usar essas informações como metadados. Isto é, por exemplo, saber quais estabelecimentos estão vendendo mais, ou fazer análises de quais produtos são vendidos junto com outros.

O problema é você imaginar uma entidade como o banco central saber onde você gasta e com o quê. E poder controlar se você pode ou não fazer essa compra.

A ESCRAVIDÃO PSICOLÓGICA

Aí estamos diante de um perigo maior do que a escravatura, pois você dá poder para uma entidade conhecer e controlar 100% cada uma de suas transações e proibi-las se assim o desejar.

No mundo doido em que estamos, imagine se o governo lhe impuser um “score social” que lhe dá uma nota baixa devido ao seu consumo excessivo – de acordo como ele – de chocolate, ou de cerveja.

Pior que isso, na próxima vez que você sair para comprar seu chocolate, ou sua cerveja, você não conseguir efetuar o pagamento porque ultrapassou o limite estabelecido pelo governo de consumo desses itens.

Claro que ele faria isso para o seu bem. Afinal, a liberdade sempre cai sob aplausos a um suposto benefício.

Portanto, esse mundo imaginário seria assim: o governo lhe dizendo o quanto consumir de cada coisa e bloqueando sua conta corrente em acordo com os interesses dele, ou dos bancos.

Este é um dos desdobramentos perversos de se usar a moeda digital. Você, como executivo deve ser capaz de imaginar outros para si e para os negócios.

Portanto, é claro que há benefícios no uso do pix, por exemplo, mas você deve ter uma perspectiva rotatória da realidade. Isto é, ser capaz de ver os prós e contras de uma idéia e não ficar interessado em embarcar nela somente para parecer moderno.

Eu particularmente ainda considero a forma mais rápida de pagar um restaurante você colocar o dinheiro em cima da mesa e ir embora – sem ter de esperar a maquininha. Não existe tecnologia mais rápida e privada que essa.

Essas idéias que surgem a partir de comissões, conselhos e outras entidades desconhecidas e que não foram eleitas por ninguém são as mais perversas porque, em geral, escondem intenções que prejudicam a população.

TRENS INVISÍVEIS

Nós vivemos em um mundo muito complexo que se parece com um planeta onde há trens invisíveis que percorrem trilhos invisíveis, sem fazer barulho. Portanto, por vezes, somos atropelados e nem sabemos o que aconteceu.

As idéias em germe são esses trens invisíveis que você tem de se debruçar para poder ver suas consequências nefastas e como evitá-las.

No caso da moeda digital o que deve ser proibido é a existência de meios biométricos de pagamento e de entidades, governamentais ou não que, simultaneamente possam saber o que você compra e onde.

É evidente que a corrida acelerada para as moedas digitais controladas pelos bancos centrais é vantajosa para os bancos – pois, se somente elas existirem, não correm o risco de as pessoas sacarem em notas o que estiver em suas contas.

Essa corrida também é vantajosa para aqueles que controlam o sistema financeiro internacional.

Como é o caso de Christine Lagarde – presidente do banco central europeu – que num rompante de sinceridade afirmou: “se não estivermos engajados em experimentar moedas digitais como meio de pagamento, os bancos centrais perderão seu papel de “âncora do sistema”

E ainda teve a cara-de-pau de dizer que “quando os bancos centrais não existiam, no século XIX, o sistema bancário livre produzia crise após crise.”

E ela fala isso no meio da maior crise bancária da história provocada por ações desastradas dos presidentes e conselheiros de bancos centrais – americano e europeu, principalmente,

Ou seja, traduzindo suas palavras: os bancos centrais precisam das moedas digitais para manter o poder sobre o sistema financeiro internacional e salvar bancos.

Nenhuma palavra sobre salvar as economias, os investimentos e aposentadorias das pessoas ou voltarmos a ter um dinheiro honesto e que não é lastreado em dívidas não solicitadas pelos contribuintes do mundo, mas que eles são obrigados a pagar até o fim de suas vidas e ainda deixarem para seus filhos.

REJEITE INFORMAÇÕES SUPERFICIAIS

Muito mais se poderia dizer sobre essa situação, mas, o importante aqui é o executivo perceber que não pode desejar informações superficiais a respeito de qualquer idéia.

Deve preocupar-se em descobrir sua origem, seu histórico, as intenções das pessoas que a criaram e as consequências positivas e negativas de implementá-la, no curto e longo prazo.

Isto tudo exige muita imaginação, conhecimento, experiência e sabedoria que, integrados em uma reflexão profunda, geram as condições para uma decisão acertada.

Os executivos devem desenvolver essas competências e ter personalidade forte para não se deixarem envolver pelo mero desejo de pertencer a um grupo, mas buscarem a verdade.

São executivos assim que precisamos em nossas empresas se quisermos verdadeiramente ter resultados maiores e duradouros.

Conte comigo para isso e vamos em frente!

Silvio Celestino

Sócio-diretor da Alliance Coaching

www.silviocelestino.com.br

silvio.celestino@alliancecoaching.com.br

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