Vou sentir muitas saudades do Octávio Café, pois ali fechei muitos negócios, tive incontáveis reuniões de trabalho, ri e consolei amigos e clientes.
Em alguns finais de semana, também meu café da manhã foi lá.
No começo, anos de 2008 e 2009, era comum ver com grande frequência políticos e presidentes de empresas que faziam suas reuniões ali.
O atendimento demorado e confuso era até uma característica do local. Não digo que era um charme, mas fazia parte.
Com o passar do tempo, as histórias se acumulavam a respeito de sua origem e alguns mistérios que ficaram como, por exemplo, o piso irregular – de onde teria vindo?
As memórias são grandes.
Não tenho tantas fotos assim do local, mas uma delas é de meu livro. Tirei logo após o lançamento, em 2017, pouco antes de uma reunião de negócios na qual daria o livro de presente a um cliente, observei a luz refletida sobre ele e tirei esta foto:
Também tenho esta foto com uma de minhas clientes, com quem tive várias reuniões no local:
Eu ia tanto ao Octávio Café que virei prefeito dali no aplicativo swarm – antigo foursquare. Esta é uma marca que levarei comigo – fui o último prefeito de lá.
Ah, mas e a saudade?
Lute sempre por cada canto belo de sua cidade para que ele não desapareça.
São Paulo é uma cidade que possui ainda muito espaço para crescer e por isso, não deveríamos substituir construções icônicas por novas. Afinal, assim como em todas as cidades do Brasil, deveríamos ter um apreço invencível de preservar espaços nos quais vivemos e convivemos. Pois, são eles que contam nossa história e de nossos antepassados.
Quando visitamos Roma, Paris, Hamburgo; observamos que suas histórias são vivas e estão a nossa frente, não em livros ou em memórias da internet.
Quem seria capaz de dizer onde estão as marcas do movimento de 1932 em São Paulo? As marcas verdadeiras, não os mausoléus.
Como eram os casarões da Paulista? Por que os derrubaram? Aqueles prédios que os substituíram não poderiam mesmo ter sido construídos em outro lugar?
Nossa história precisa ser contada e mantida viva para que as futuras gerações saibam de onde vieram e não se imaginem como Adões que precisam desbravar e conhecer o mundo a partir do zero.
As paredes do Octávio Café ouviram mais histórias relevantes para a vida empresarial e política da cidade que qualquer livro de história será capaz de contar.
Para mim, será um marco impossível de esquecer, pois foi lá, em 31 de agosto de 2008, que encontrei pela primeira vez aquela que seria minha esposa. E por ali, sempre que passar, lembrarei que vivi o momento mais importante de minha vida, sem o qual, não teria tido os 12 anos mais maravilhosos de minha existência. E por isso que hoje, dia 9/4/2021, quando faço 10 anos de casado, me recordo deste local e desses momentos.
Ah… Quantas saudades terei do Octávio Café.
