Por que sou contrário à regularização da profissão de coach?

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Por que sou contrário à regularização da profissão de coach?

De tempos em tempos surge o discurso de que a profissão de coach deve ser regularizada e, ultimamente, ele vem sendo acompanhado da idéia de sua criminalização.

A mais recente foi uma matéria no Fantástico (1) falando mal sobre coaches. A única competência da jornalista foi em achar “especialistas” que não entendem nada de coaching e de colocar coaches sob um ângulo totalmente negativo.

Desde que palestrantes se autodenominaram coaches, a imagem dos coaches tem sido denegrida, mas este é assunto para outro texto.

Quem está pedindo?

O que está por trás desse desejo de regulamentar a profissão? Estão todos interessados na qualidade do serviço? Será que tanta gente assim contrata coach e é mal atendida?

Na verdade, não é isso que revela a investigação sobre quem pede para que o coaching seja regularizado.

Da última vez que surgiu a idéia de criminalizar o processo, eu entrei nos dados da matéria no senado.

O motivo pelo qual a matéria deveria ser discutida era para “não permitir o charlatanismo, pessoas formadas sem diplomas e propagandas enganosas de reprogramação do DNA e cura quântica”.

Esses mesmos motivos se repetem na matéria do Fantástico agora, dois anos depois.

Parecem motivos mais do que moralmente aceitáveis, não? Entretanto, quando se investiga um pouco mais a respeito disso, verificamos o seguinte:

Quem pede para que seja aprovada esta “Ideia Legislativa nº 122.217”, é o Sr. William Menezes, de Sergipe. Apesar de não ser um Estado tão grande assim, a ausência de identificação, ao menos da cidade é, no mínimo, curiosa e deveria incentivar os jornalistas e os legisladores a investigarem um pouco mais. Quem é William Menezes?

Seu e-mail: txtpromp@gmail.com , não responde a mensagens. Ele “aparece” nesta matéria aqui:

Jovem sergipano quer criminalizar o coach; proposta está no Senado – Só Sergipe (sosergipe.com.br)

https://www.sosergipe.com.br/jovem-sergipano-quer-criminalizar-o-coach-proposta-esta-no-senado/

Após procurar muito por algum William Menezes em Sergipe, descobri este aqui, que é um caminhoneiro em Itabaiana, no Sergipe.

O que faz um caminhoneiro em Sergipe e uma jornalista do Fantástico terem tanto interesse assim em difamar a profissão de coach?

Antes de responder a isso, é importante notar que uma idéia legislativa precisa de pelo menos 20.000 apoiamentos para ser examinada pela comissão do senado.

Fiz uma análise desses apoiadores e algumas coisas me chamaram a atenção:

Primeiro, a quantidade de pessoas do Acre que estão interessadas na honestidade da profissão de coaches. Entrei em contato com algumas delas, via facebook e elas me disseram que eram de São Paulo e outras do Paraná e que deve ter havido algum erro no preenchimento do formulário da proposta. Não achei nenhuma do Acre. Ou seja, esses apoiamentos não são verificados por ninguém e pessoas podem facilmente se passar como sendo de outros Estados, ou mesmo outros indivíduos.

Mas, aproveitando meu contato, perguntei a elas qual tinha sido a experiência negativa que elas haviam tido com algum coach, já que meu propósito é fomentar a seriedade do processo e da profissão.

Entretanto, a resposta modelo que recebi foi: não tive nenhuma experiência com o processo de coaching, mas, assim mesmo concordo com a proposta de lei.

Outro ponto que me chamou a atenção foi que quase todos que apoiaram a proposta possuem e-mails gratuitos: Yahoo, Gmail e Hotmail.

Também me chamou a atenção a quantidade de estudantes de universidades federais e funcionários públicos.

Pelo visto, ninguém percebeu que uma das assinaturas pertence a uma pessoa que se identifica como: “Caloura Drogada Leticia Albuquerque Duarte”, cujo e-mail é: leticia.albuquerqueduarte@gmail.com

Pessoas com este nível de seriedade estão propondo leis no Brasil.

Evidentemente não tive tempo, nem recursos, para verificar todos os 20.000 apoiamentos, mas seria importante que alguém confirmasse se isso que verifiquei é somente uma coincidência ou se há em quantidade que compromete a veracidade de que existem pessoas suficientes que apóiem a proposta.

É evidente que a profissão não será criminalizada, a idéia é apenas regulamentá-la.

A pergunta que fica então é: para quê?

O que significa, na prática, regularizar?

Para isso, é importante observar quem seriam os políticos responsáveis por esta regulamentação.

Esta proposta de idéia legislativa está na mesa do Senador Paulo Paim – PT, presidente da “Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa”.

A proposta de criminalização do coach já está em consulta pública neste link:

https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=136547

Se você for contrário, sugiro, votar “não”.

O que vai acontecer se esta matéria continuar sua tramitação? Provavelmente será aprovada uma lei que criará um conselho ou algum outro órgão regulador da profissão.

E quem irá participar deste conselho? Algum coach experiente e preocupado com a seriedade da profissão? Provavelmente, não.

O que acontecerá com ele é o que acontece com os demais conselhos. Por exemplo, tanto a Ordem dos Advogados do Brasil, quanto o Conselho Federal de Psicologia, estão dominados por comunistas.

 

E este é o motivo escondido por toda esta sanha de se “regularizar” a profissão de coach.

Como existem muitos coaches sendo formados, isto cria uma massa grande de pessoas para pagar a anualidade de um conselho, um sindicato ou uma associação da categoria.

Provavelmente, este movimento é coordenado, mas não por coaches, mas pela esquerda. Por isso a grande quantidade de alunos e profissionais de universidades federais e o interesse de jornalistas.

A regulação significa aprimoramento?

Minha visão é que este não é o caminho. Todos esses conselhos têm de ser extintos, pois da maneira como funcionam não agregam valor para a sociedade e nem para a qualidade dos profissionais que representam. Eu já tive, mais de uma vez, problemas sérios com médicos e quase fui a óbito. Todos eles tinham carteirinha do CRM – Conselho Regional de Medicina. Na mídia você vê muito mais problemas causados por médicos do que por coaches.

Experimente ver os dados do Instituto Brasileiro Para a Segurança do Paciente e você verá números aterradores da insegurança a que todos estamos submetidos em hospitais, clínicas e laboratórios – mesmo com todos esses órgãos de controle de médicos, terapeutas, fisioterapeutas etc.

https://www.segurancadopaciente.com.br/

Em geral, esses conselhos se preocupam mais em explorar seus associados do que em aprimorá-los.

A regulamentação das profissões não deveria ser executada por órgãos obrigatórios que acabam sempre degenerando para agendas políticas e que nada contribuem para os profissionais e a sociedade.

Melhor seria ouvirmos os profissionais mais maduros, com moralidade elevada e que procuram orientar aos mais novos por meio de seu trabalho e literatura.

Menos leis, mais moralidade

A sociedade estaria em melhores condições se fosse deixada sem essa absurda quantidade de leis e regulamentos e fosse ela mesma ouvida a respeito de quem são os profissionais verdadeiramente mais valiosos para ela.

Este seria um assunto para outra discussão, mas o fato é que, essas organizações de profissionais que formam a infraestrutura do poder são fáceis de serem cooptadas por esquedistas que são hábeis em fazê-lo. Por isso eles são tão ávidos em formá-las e fazem propaganda, por meio de jornalistas e “especialistas” de que são coisas boas, úteis e necessárias. Na verdade, o são porque eles sabem como usá-las a seu favor.

Por isso sou contra a regulamentação da profissão de coach.

Vamos em frente!

(1) A matéria do fantástico está aqui: https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2021/01/10/profissao-coach-se-populariza-e-gera-questionamentos-sobre-qualificacao-de-profissionais.ghtml

 

P.S. Recomendo que a tramitação desta matéria legislativa seja cancelada até que sua origem seja averiguada – não me parece ter surgia espontaneamente na sociedade.

P.S2. Os dados que constam publicamente no site do Senado e que usei para pesquisa estão aqui:

https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaoideia?id=122217

E reproduzo abaixo para destacar o que mencionei: