Clique acima para assistir a entrevista do Dr. Fábio Bechelli no canal “O EXECUTIVO” – falamos sobre a saúde do executivo, estresse, burnout e outros temas que podem ajudá-lo a aprimorar sua saúde.
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O que acontece com alguém que, prevendo um ano bom, se depara com tempos turbulentos na economia?
Em geral ele acaba tomando decisões que irão tornar momentos que já seriam difíceis em algo bem pior.
É por isso que, em anos recentes, tenho repetidamente reforçado a importância de os executivos compreenderem e se aprofundarem no entendimento do Sistema Financeiro Internacional.
O líder deve fazer um esforço constante para alargar seu horizonte de consciência para enxergar mais longe e com mais detalhes o cenário no qual se encontra.
É como se ele fosse fazer uma jornada e estivesse interessado em ter um mapa que o alerte sobre onde estão os perigos da estrada: os buracos, o trânsito intenso de caminhões e os trechos de maior neblina.
Mas, aquele que se interessar em saber onde há mais assaltos estará mais bem preparado.
E aquele que souber em quais postos poderá abastecer e comer bem, se sairá ainda melhor.
Portanto, quanto maior seu conhecimento, maior a chance de que, independentemente dos infortúnios que ocorram, chegue aos seu destino são e salvo.
Se uma estrada de terra, esburacada e com previsão de chuva está à nossa frente, é prudente estarmos com o carro adequado para enfrentá-la e preparados para os duros momentos de desconforto e perigos que passaremos.
O MUNDO INVISÍVEL DAS FINANÇAS
Entretanto, se a imagem de uma estrada difícil é clara em nossa memória, já um perigo financeiro de grande escala não se torna visível até que percamos nosso emprego, nosso negócio ou investimentos.
Até lá, não parece que algo irá nos atingir.
Portanto, por mais árdua, monótona e desgastante que seja, procure pelas notícias que informem como estão as moedas, os bancos e o preço do barril do petróleo. Pois, são eles o tripé do sistema financeiro.
Quando o executivo não se interessa em saber sobre se enfrentaremos períodos inflacionários ou deflacionários, de restrição ou disponibilidade de crédito e a qual custo, ele fica sem fatores críticos para estabelecer como se comportarão os clientes da empresa.
E sem essa previsão, o planejamento poderá levar a decisões equivocadas para o negócio e para si mesmo.
ENDIVIDADOS
Como exemplo, observei, no primeiro trimestre de 2023, uma pequena onda de executivos endividados simultaneamente. Demorei para compreender o que ocorrera até que um diretor industrial me convidou para um café e discutimos a respeito.
Foi então que ele me revelou que, em seu negócio, também havia alguns executivos endividados porque contavam com o bônus no fim do ano e ele não veio. Para piorar, até meados de 2021 a situação da empresa estava boa e muitos deles gastaram por conta. Mas, a inflação daquele ano corroeu a renda dos clientes e chegaram em dezembro abaixo da meta.
A situação parecia que iria se reverter em 2022, alguns meses foram razoáveis, mas novamente o ano terminou sem a renda extra. Como os executivos estavam acostumados a mais de uma década de bônus regulares, dois anos sucessivos sem eles foi o que precisou para colocar alguns em dificuldades financeiras.
EXERCITE A PRUDÊNCIA
Este exemplo é um alerta para exercitarmos a virtude dos grandes líderes: a prudência.
No momento atual, que se parece com uma estrada esburacada, cheia de curvas, à noite e com neblina, querer andar a 140 Km/h não é uma decisão adequada, por melhor que tenha sido a estrada até agora.
É claro que dificilmente você encontrará dois negócios ou pessoas que passam exatamente pela mesma situação. Por exemplo, recentemente encontrei uma empresa de análise de dados em tempo real que está indo muito bem, crescendo, se internacionalizando e contratando novos empregados. Portanto, o foco de seus executivos é assegurar que esta fase a leve o mais alto possível e pelo maior tempo que conseguirem.
Mas, esse texto é para aqueles que estão enfrentando tempos duros e que não estão acostumados a se conterem, a terem restrições e tomarem decisões difíceis, mas que são críticas para a perenidade do negócio e o equilíbrio de sua vida financeira pessoal.
São esses momentos que oferecem oportunidades de nos capacitarmos no domínio emocional, na paciência com o tempo necessário para enfrentá-los e, principalmente, na prudência das decisões, palavras e comportamentos.
Afinal, não é difícil decidir quando temos recursos, mas em momentos de restrições as decisões têm de ser sábias.
Não é tão complexo assim escolher as palavras motivadoras e entusiásticas quando o vento é bom, mas em tempos turbulentos, dizer a verdade sem desmotivar é uma arte.
E nos comportarmos de forma positiva quando tudo vai bem é algo natural, mas é nas adversidades que temos de ter serenidade, firmeza e persistência inabalável para seguirmos em frente.
Esses aprendizados estão disponíveis em momento difíceis, mas, somente para aqueles que se protegem no manto da prudência. Ela que nos aquece e reconforta enquanto fazemos as ações necessárias e aguardamos o tempo requerido para sairmos das adversidades melhores do que quando entramos.
Conte comigo para isso e vamos em frente!
Silvio Celestino
Sócio-diretor da Alliance Coaching
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