PROCURAM-SE PROFISSIONAIS RESPONSÁVEIS (INÍCIO IMEDIATO)

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PROCURAM-SE PROFISSIONAIS RESPONSÁVEIS (INÍCIO IMEDIATO)

Clique na imagem acima para assistir à entrevista do Sócio Fundador da Figtree Capital, Flávio Muniz. Falamos no podcast do canal O EXECUTIVO sobre finanças pessoais, como foi o mês de maio/2023 para os investimentos e o que esperar para junho. Você é muito bem-vindo!


Para ouvir este texto, clique aqui: Podcast O EXECUTIVO


Como eu faço para que um funcionário de outro setor faça o que é a sua obrigação?

Em uma palestra recente, um executivo fez essa pergunta a mim.

Não deixa de ser desconcertante observar que, por vezes, pedimos a um profissional de outro departamento fazer o que é sua obrigação e ele simplesmente não faz.

É evidente que, quanto maior a empresa, maior a chance de encontrarmos pessoas que são experts em não fazer nada.

Algumas se especializam no gerúndio errado e respondem simulando seriedade:

– Eu vou estar entregando (SIC) para você na semana que vem.

Também é uma característica a falta de precisão temporal.

Isto é, nunca se comprometem com a data e a hora de nenhuma entrega. É sempre para o mês que vem… para a semana que vem… amanhã à tarde… segunda-feira… enfim, a imprecisão faz parte de sua expertise.

LIDERAR É SUPERVISIONAR

Ao pensarmos sob o ponto de vista de liderança, é evidente que é trabalho de um executivo supervisionar a execução das tarefas de seu time.

Não aquela supervisão micro, mas a que observa principalmente os frutos do trabalho das pessoas.

A boa prática recomenda reuniões periódicas que tratem os assuntos em acordo com sua classificação.

Existem os que demandam reuniões diárias, outros semanais, mensais, trimestrais e assim por diante.

Alguns executivos colocam em sua agenda somente os temas restritos à sua área e ignoram que precisam ter capacidade para atender demandas dos demais setores. Por exemplo, departamentos jurídico, RH e de gestão de riscos, possuem necessidades que não são diretamente ligadas à função do setor.

Por isso que, sempre que possível, as tarefas devem ingressar no departamento pelo seu gestor, principalmente as demandas de outra área.

Mas, além dessas questões no âmbito das boas práticas de liderança, temos também de perceber que existem algumas idéias que temos de fomentar se quisermos diminuir a incidência de pessoas que acham que podem fazer o que quiserem e não o seu dever.

A SÍNDROME DOS DIREITOS ADQUIRIDOS

Observo que é comum vermos o quanto há um foco excessivo nos direitos e um total esquecimento sobre o dever das pessoas.

Chamo a isso de “síndrome dos direitos adquiridos” e que cria a necessidade de uma verdadeira máquina de fomentar e produzir direitos dos mais estapafúrdios possíveis.

Há cerca de um mês eu participava de uma reunião onde se discutia se um determinado assessment deveria ou não ser feito porque ele revelaria a inteligência, ou ausência dela, nos profissionais. E que isso poderia ser caracterizado como uma espécie de assédio moral.

É o mesmo que dizer que não devemos fazer provas com nossos estudantes porque vamos revelar quem estudou e quem não o fez e isso pode ser ofensivo.

TODO DIREITO GERA UMA OBRIGAÇÃO

Mas, a perspectiva que quero alertar é que todo direito gera uma obrigação. Não há almoço grátis.

Se você renuncia ao seu dever de se defender e defender sua família, está dizendo que um policial terá a obrigação de se colocar na linha de tiro para isso.

Se você renuncia ao seu dever de estudar, está dizendo que alguém terá de aprender o que você deveria para atender às demandas da empresa ou do país.

Se você renuncia ao seu dever de trabalhar e sustentar sua família está dizendo que alguém terá de trabalhar mais e se sobrecarregar para fazê-lo.

Todo direito gera uma obrigação. Portanto, nós teremos conversas mais produtivas para a construção da moralidade das pessoas se focarmos os deveres.

Querer basear a vida em direitos sustentados por leis é o mesmo que desejar eliminar baratas atirando uma pedra de naftalina na cabeça de cada uma delas.

Se fomentarmos a moralidade, por outro lado, com tempo e muita persistência teremos menos baratas e uma sociedade formada por homens que se preocupam mais com suas obrigações do que com seus direitos.

Se continuarmos no caminho em que estamos o resultado é o que vemos:

As ruas estão pichadas porque os pichadores têm o direito de se expressarem, mesmo que emporcalhem toda a cidade.

Tenho certeza de que quem é responsável por fechar buracos em São Paulo está com seus direitos preservados enquanto nossas ruas são uma lembrança entre buracos.

Os juízes estão com seus direitos preservados, enquanto processos dormem em suas gavetas e tomam decisões inconstitucionais.

É isso que desejamos? Estarmos cercados de pessoas que têm direito a tudo, mas não se responsabilizam pelo resultado de suas ações?

RESPONSABILIDADE: OBRIGAÇÃO DE RESPONDER

Então, voltando para o tema de como lidar com o profissional que não faz sua obrigação, há a necessidade de um olhar atento de seu líder para compreender o que ocorre e tomar as medidas apropriadas.

Mas, se nossa inteligência se desenvolve na solidão, nosso caráter evolui ao enfrentarmos o mundo. Se a cada dificuldade renunciamos à nossa obrigação e exigimos automaticamente por mais tempo, dinheiro, recursos, leis e direitos, em que momento teremos um caráter fortalecido para quando o sacrifício for a única alternativa?

Olhemos para nossos pais, avós e bisavós: eles enfrentaram questões para as quais não estavam à altura: sustentar a própria família, sair de suas cidades e países de origem, enfrentar a fome e a doença e, em alguns casos, fugir de guerras e perseguições.

E esta é a vida que se apresenta a todos. Nós também enfrentamos duros momentos para os quais não estamos à altura. Isto em nada nos impede de seguirmos uma preocupação constante de pessoas que fizeram obras magistrais, como Goethe: “faça o seu dever, sempre”.

Afinal, se há uma grande satisfação na maturidade, ela está na responsabilidade por algo, isto é, na obrigação de responder.

E isto vale para toda pessoa dentro de uma família, empresa ou governo.

Conte comigo para auxiliá-lo nisso e vamos em frente!

 

Silvio Celestino

Sócio-diretor da Alliance Coaching

www.silviocelestino.com.br

silvio.celestino@alliancecoaching.com.br