PÁSCOA E O CRITÉRIO DE NOSSAS DECISÕES DE CARREIRA E EMPRESARIAIS

By in
PÁSCOA E O CRITÉRIO DE NOSSAS DECISÕES DE CARREIRA E EMPRESARIAIS

Para ouvir este texto, clique aqui: episódio 42 do podcast O EXECUTIVO

***

Imagine uma cidade que fica próxima a uma linda montanha cujo topo fica encoberto pelas nuvens na maior parte do tempo.

Para chegar à montanha existem 10 estradas que saem da cidade, entretanto, somente uma leva realmente ao topo, as demais terminam em um abismo e, portanto, são muito bem sinalizadas a respeito de seu fim.

Em dado instante, um prefeito decide que devemos dar mais liberdade às pessoas, principalmente aos jovens, afinal, justamente as estradas mais belas – e que levam ao abismo, devido aos alertas de perigo, ficam pouco movimentadas.

Então ele determina a retirada de todos as placas de sinalização dessas rodovias que avisam sobre o abismo.

Qual será a consequência?

A sociedade atual e o mundo executivo se parecem com essa história.

Em algum momento do passado o homem tirou o eixo de sua atenção do que vem do alto e passou a fixar-se em si mesmo.

O resultado é que perdemos um patrimônio importante de conhecimento e de espiritualidade e focamos somente no material e nos sentidos.

Esse conhecimento, se compreendido, interiorizado, aceito e praticado em nossas decisões diárias, levariam o país e as empresas a águas mais seguras em comparação com as que navegamos agora.

ONDA DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Nas últimas semanas, em que há a maior onda dos últimos 3 anos de empresas ingressando com pedidos de recuperação judicial, observa-se claramente que o processo recupera a grande empresa em detrimento de seus fornecedores, especialmente os menores, que vão à falência – aliás, qual o equivalente para as empresas pequenas à recuperação judicial? Existe?

O que teria acontecido com o “amar ao próximo como a si mesmo”?

NÃO MENTIRÁS

Para piorar, muitos executivos de boa índole são forçados a perpetrar decisões perversas com fornecedores que são seus conhecidos de longa data. Mais que isso, foram eles os responsáveis por convencer esses fornecedores a assinar com a empresa que ora ingressa na recuperação judicial.

Isso quando não ocorre do próprio executivo ter sido enganado pela empresa com promessas do RH e do setor financeiro que não aconteceram.

Ninguém se lembra mais do “não mentirás”?

E ainda tem o bônus e o lucro passado dessas empresas que ingressaram em RJ por descobrirem inconsistências contábeis que, se tivessem sido registradas no tempo certo, mostrariam prejuízo e, portanto, não teriam distribuído bônus ou dividendos.

O que houve com o “não roubarás”?

Esses e outros exemplos mostram que estamos em um momento bastante difícil no mundo empresarial e que reflete o declínio de nossa civilização por ter se afastado de valores e conhecimento que são a sua base.

Se você não entende ao que me refiro, basta perguntar-se: estamos no ano 2023 de quê?

Nesta semana santa, em que celebramos a paixão, morte e ressureição de Nosso Senhor Jesus Cristo, é um bom momento para relembramos esses princípios que não são materiais e, portanto, perceptíveis pelo sentido.

A história da civilização cristã remonta os mesmos erros dos judeus que se esqueciam dos ensinamentos de Deus, caiam em desgraça para depois relembrá-los.

O poema de Luis Camões, “Sôbolos rios que vão”, fala sobre isso de maneira magistral.

Nós passamos pelo mesmo processo.

O GRANDE JEJUM

Se há um jejum que todos têm feito com disciplina, é o jejum da palavra de Deus.

Sem ela, a alma se esgota e a perversidade toma conta da rotina – o ocorrido em Blumenau é mais um dolorosíssimo exemplo do que está acontecendo no Brasil em particular, mas no ocidente em geral.

Voltando ao mundo executivo, devemos nos lembrar desse alimento e que temos um patrimônio ainda mais importante a nutrir e preservar.

O desejo de certos bilionários de dinheiro e poder ao infinito tem causado exemplos distorcidos para a vida e carreira de pessoas que são boas em sua essência, mas perderam o critério correto para suas decisões.

Evitar o sofrimento à custa do sofrimento de outros é um exemplo altamente condenável.

“Existem coisas essenciais que não se vêem e não se tocam como: amor, bondade, piedade, honestidade, pudor, esperança e fé.”

Destruir todo este patrimônio espiritual não nos fará mais ricos, felizes ou satisfeitos, o resultado será o mesmo que pegar uma das nove estradas da história do começo do texto: terminaremos em um abismo para nossa alma.

Não pense que isso significa gostar de prejuízos ou do fracasso, muito pelo contrário, mas é jogar o jogo da verdade no qual o lucro é verdadeiro – e não uma fraude – assim como a prosperidade e o bem comum.

Que tipo de gente quer ser reconhecida por parecer inteligente, rica e bem-sucedida, em vez de sê-lo verdadeiramente? Só os psicopatas e fracassados.

Sendo assim, como aconteceu no passado, precisamos escolher o critério que fez nossa civilização florescer, crescer e firmar-se. E este critério está disponível a todos que desejarem voltar seu eixo de atenção de si mesmos para o alto, isto é, para Deus e a eternidade.

É ele que nos levará a decisões que produzirão um balanço final verdadeiro muito mais relevante de ser buscado do que o empresarial. O bônus será eterno, assim como nossa felicidade.

Pense nisso ao decidir.

Uma feliz e abençoada páscoa a todos!

Vamos em frente!

Silvio Celestino

Sócio-diretor da Alliance Coaching

www.silviocelestino.com.br

silvio.celestino@alliancecoaching.com.br

WhatsApp (11) 98259-8536