COMO O LÍDER DEVE SE COMPORTAR DIANTE DAS TRAGÉDIAS?

By in
COMO O LÍDER DEVE SE COMPORTAR DIANTE DAS TRAGÉDIAS?

Para ouvir este texto, clique aqui: Podcast O EXECUTIVO


Existe uma maneira correta de liderar em meio a uma tragédia?

Em situações de grave adversidade, o líder bem-preparado deve priorizar o cuidado com o ânimo das pessoas. Muitas vezes, ao chegar ao local do problema, as vidas já foram afetadas de maneira decisiva pela tragédia, seja pela morte ou pelo ferimento de pessoas queridas.

A presença silenciosa e respeitosa é crucial, assim como palavras de conforto e incentivo que inspirem coragem e aceitação.

Mas, o líder deve se lembrar dos métodos de abordagem que incluem, por exemplo, dar respostas rápidas às perguntas a seguir, uma vez avaliada a situação e tendo conseguido se orientar.

O QUE EU CONTROLO?

Identificar o que é controlável em uma situação adversa aumenta a capacidade de gestão. Isso pode ser algo simples, como as palavras que você escolhe, ou mais complexo, como suas emoções e ações em resposta à situação.

E, é evidente que, se puder controlar as ações das pessoas e orientá-las de maneira a reduzir o impacto da tragédia até que suas causas cessem, melhor ainda.

Sempre que estiver em uma situação adversa, tente controlar algo.

PELO QUE SEREI RESPONSÁVEL EM MELHORAR INDEPENDENTEMENTE DAS CAUSAS DA ADVERSIDADE?

Tão relevante quanto buscar as causas de um evento adverso, que muitas vezes estão fora do seu controle, é essencial focar em melhorias práticas que possam ser implementadas imediatamente.

É claro que temos uma tendência compreensível de culpar pessoas e, de fato, por omissão, negligência, imperícia, incompetência ou perversidade, devemos sempre buscar os responsáveis que poderiam ter evitado ou minimizado um grave problema.

Entretanto, primeiro, procure melhorar algo e será mais efetivo no direcionamento das ações que solucionam o problema.

QUAL O ALCANCE DA ADVERSIDADE?

É vital avaliar quais áreas da vida das pessoas e famílias estão afetadas e definir ações para abordar cada uma delas. Reconhecer que, apesar da severidade dos problemas, eles não compreendem toda a vida de uma pessoa.

Certa vez, um cliente meu, gerente de segurança em uma mineradora, teve de lidar com uma grave situação em uma mina em outro país. Havia a possibilidade de desmoronamento e, para evitá-lo, a mina ficaria parada para reparos por ao menos 4 meses, pessoas seriam demitidas e ainda por cima, o gerente enfrentava uma doença grave de sua filha no Brasil.

Apesar da severidade de todos esses problemas, eles não eram toda sua vida.

Quando você é capaz de descrever quais são suas adversidades e contar quantas são, fica mais claro que não são a totalidade de sua existência, por mais severas que sejam.

Esta capacidade de enxergar o alcance de um conjunto de problemas graves ordena a visão e oferece clareza do que atacar para resolvê-los.

Foto: Sócio da Condere, Paulo Miri, no podcast do CANAL O EXECUTIVO

QUANDO A ADVERSIDADE ACABA?

Algumas adversidades têm um fim previsível, o que ajuda na gestão emocional e prática. Nos casos em que o fim não é claro, visualizar uma cena futura de resolução pode fornecer esperança e foco.

O melhor caso, é claro, é quando você tem plena consciência de quando a adversidade termina e isso lhe dá energia para enfrentá-la.

Entretanto, há momentos em que não sabemos quanto ela durará.

Nesta situação a única maneira é usar nosso espírito e imaginar a cena que informa que a adversidade acabou, guardá-la na memória e fixar sua atenção nela até acontecer, o que indica que o problema está resolvido.

Certa vez, após uma grave enfermidade que me vez operar o pulmão, determinei que estaria curado quando pudesse dirigir de novo. A imagem de me ver na estrada me dava ânimo para os dolorosos exercícios de fisioterapia que tinha de fazer para a recuperação.

Não sei dizer quanto tempo passou, mas quando peguei o volante do carro e novamente pude guiá-lo sabia que estava curado.

Você, como líder, pode e deve fazer o mesmo em qualquer adversidade.

OUTRAS PERSPECTIVAS RELEVANTES NA LIDERANÇA DURANTE TRAGÉDIAS

É claro que essas perguntas formam apenas uma das perspectivas que o líder bem formado deve conhecer.

Existem outras de grande relevância como, por exemplo, adequar o estilo de liderança às circunstâncias é fundamental. Estilos como coercivo, mobilizador, marca-passo, agregador, democrático, ou coach podem ser necessários conforme a situação evolui.

Seja pelo conhecimento e aplicação de uma ou outra perspectiva, nas tragédias precisamos de líderes bem formados e conscientes de suas responsabilidades.

Ser responsável é ter obrigação de responder.

Aqueles que desejam liderar devem se preparar bem antes de assumir um cargo, pois este desejo pessoal é importante, mas a coragem e o preparo são fundamentais quando a necessidade surge.

Portanto, foco no preparo para ser um líder de excelência.

Vamos em frente!

P.S. Meu mais profundo respeito às famílias afetadas pelas chuvas no sul do país.

P.S.2. Caso queira fazer uma contribuição para as vítimas da enchente, conheço pessoalmente e recomendo os trabalhos do Padre Wagner Alves de Almeida, que neste momento está em Caxias-RS: seu pix é CPF 081.304.479-08. Ele faz missões em toda a região sul. Infelizmente algumas das famílias que ele atende estão afetadas.

Silvio Celestino

Sócio-diretor da Alliance Coaching

Autor do livro: O LÍDER TRANSFORMADOR, como transformar pessoas em líderes

silvio.celestino@alliancecoaching.com.br