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Será que você vai ficar rico e ter renda suficiente até o fim da vida?
Nesta semana fui questionado sobre minha opinião sobre um artigo que falava sobre como as pessoas manteriam sua empregabilidade em meio às incertezas do mundo atual.
O questionamento surgiu a partir da leitura, por parte de uma executiva, do excelente artigo de Leonel Andrade, na NeoFeed, intitulado “Acorda, o seu emprego está mudando (ou acabando)”, que nos faz refletir sobre a como nos mantermos atualizados e úteis às empresas.
Em meio a crises em série, vemos governos e líderes sindicais cobrarem a preservação de empregos por companhias que, por vezes, estão em uma luta pela própria sobrevivência.
Em dado instante o autor pergunta se o leitor possui uma “estratégia de aprendizagem”.
Sem dúvida é uma questão pertinente já que a avalanche de novas tecnologias capitaneadas atualmente pela inteligência artificial, nos faz buscar freneticamente absorver conhecimento o mais rápido possível para não ficarmos para trás.
Entretanto, há algumas questões que me preocupam: quão sofisticada tem de ser uma pessoa para pensar em termos de uma “estratégia de aprendizagem”?
Embora eu seja da linha de pensamento de que você não deve estudar para fazer prova ou para ganhar mais dinheiro, mas para virar gente, vejo que isto não é para todos.
Principalmente em um país como o Brasil onde nossos inimigos ao longo dos séculos conseguiram dominar o pensamento das instituições de ensino e minar decisivamente o aprendizado nosso. O resultado é que muitos indivíduos não aprenderam quando criança aquilo que os fariam ter o conhecimento necessário para desenvolver autonomamente um aprendizado perene quando adultos.
Portanto, nem todos têm condições de ter uma estratégia de aprendizagem.
RESTRIÇÕES
Neste contexto, os executivos estão diante de uma situação com condições de contorno muito restritas.
Eles precisam classificar quem tem interesse e condições de se desenvolver, sozinho ou com o apoio da empresa, e aqueles que precisam de ajuda para continuar a ter renda ao longo do tempo.
Se o indivíduo consegue aprender por conta própria, o acesso à internet é simplesmente extraordinário porque, em meio a um oceano deprimente de indecências, imbecilidades, mentiras e distrações, há conhecimento que vale ouro se aprendido.
A SOLIDEZ DA VERDADE
Minha recomendação a quem possui as capacidades e o desejo de desenvolver-se é que busque incansavelmente pela verdade pois, o conhecimento verdadeiro não precisa ser esquecido ou reaprendido. É como a construção de um edifício, você começa por fundações e pacientemente vai acrescentando um andar de cada vez.
As fundações devem ser construídas pelo concreto sólido e indestrutível da verdade.
Portanto, escolha bem suas fontes de conhecimento e com disciplina estabeleça uma hora do dia para esse estudo permanente.
Essas fontes vão formar você por meio de vídeos, conferências, discussões, mentorias e abundância de textos e livros. Claro que, se o que você deseja aprender é algo técnico, você precisará de experiência prática; afinal os ajustes, as manhas e os macetes que você tem de conhecer para operar um aparelho, vêm somente com a prática.
Mas, o que fazer com aqueles que não possuem as condições, o desejo, ou a capacidade de aprenderem coisas novas?
A primeira vez que refleti sob uma outra perspectiva sobre essa questão foi há alguns anos.
E QUEM NÃO PODE APRENDER?
Eu estava indo a uma reunião no aeroporto de Guarulhos. Ao chegar ao estacionamento havia senhoras nas cabines que operavam o caixa e liberavam a cancela. Eu não entendia por que elas não haviam sido substituídas por cancelas automáticas – mais rápidas e eficientes – até que, em meio à reunião com o diretor de RH, ele me disse com serenidade que estava aguardando a aposentadoria daquelas senhoras para então fazer a substituição.
Portanto, ali estava a relevância fundamental do sucesso da empresa e da capacidade de seus líderes de olhar com empatia para a realidade de seus colaboradores.
Afinal, como uma senhora de baixa renda, com seu tempo ocupado em deslocamentos para o trabalho, casa e família, terá tempo, saúde, interesse e energia para aprender o novo?
E não pense que somente vi essa situação em empresas de grande porte.
Em uma pequena da área de Tecnologia, eu estava em uma reunião com o proprietário e entrou na sala uma senhora muito simpática com o cafezinho para nós.
Quando ela se retirou, ele fez questão de explicar que se tratava de sua copeira de há mais de 20 anos. Ela estava com uns 80 anos e ele disse que ficaria com ela até quando ela quisesse pois já tinha uma nova auxiliar, mas não a deixaria sem renda.
Todo esse nosso discurso de aprendizagem constante ou rua, realmente serve à realidade da maioria dos brasileiros e suas famílias?
OS PAÍSES DEVEM SERVIR ÀS FAMÍLIAS
Quando viajo vejo que mesmo países de primeiro mundo protegem de maneira feroz a renda de suas famílias, mesmo que elas façam coisas simples. Em países como França, Itália e Grécia, não é incomum vermos negócios familiares minúsculos, mas que sobrevivem há gerações sem necessariamente usar alta tecnologia.
Portanto, nem sempre o sucesso empresarial ou de um país é medido pela alta lucratividade das empresas, mas pelo quanto de renda suas famílias possuem para terem uma vida digna.
No caso do Brasil, os acessos à dignidade não estão liberados a todos e esse gargalo revela uma perfídia de nossos verdadeiros governantes e certos líderes empresariais e intelectuais que se rendem a idéias vindas do estrangeiro e que exploram o país em detrimento de nossas famílias.
Mas, isso não precisa necessariamente ser deste modo.
Um bom líder empresarial brasileiro reconhece a necessidade de seu sucesso e lucro, não apenas para beneficiar a si mesmo e aos seus, mas criar vias que possam gerar renda para seus colaboradores e preocupa-se com o futuro deles.
Portanto, sabe que deverá incentivar e, em alguns casos, cobrar o aumento de conhecimento e atualização constante de certos colaboradores, principalmente seus executivos, mas também reconhece que terá de criar processos inteligentes e que permitam aqueles que, por falta de tempo, talento ou ocasião, não têm como ir além intelectualmente.
SEM RENDA, SEM VENDA
Afinal, não adianta você fazer produtos que ninguém possui renda para comprar. Não se trata, portanto, de uma ação apenas de empatia ou caridade, mas de uma necessidade empresarial.
O verdadeiro empreendedor, portanto, reconhece a realidade brasileira e sabe que, até que tenhamos condições de retomar a formação dos brasileiros segundo nossos interesses, teremos de lidar com pessoas menos capacitadas e cobrar uma estratégia de aprendizagem daqueles que podem fazê-lo.
No meu trabalho, meu incentivo e total apoio é para aqueles que desejam aprender apesar de todas essas dificuldades, pois somente um esforço hercúleo de aumento da inteligência de muitos fará uma maior parcela das famílias brasileiras terem acesso aos caminhos para a dignidade.
E a boa definição e estruturação dos programas de treinamento e desenvolvimento dentro das empresas, possui um papel-chave no fomento e transmissão de conhecimento relevante para muitos.
Afinal, se você ficará rico ou não, eu não sei, mas deve preocupar-se em fazer com que sua carreira lhe permita ter renda até o fim de sua vida.
Conte comigo para isso e vamos em frente!
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P.S. Nos bastidores do “O EXECUTIVO”, sempre estamos prontos para discutir estratégias e soluções personalizadas para suas necessidades de desenvolvimento. Estamos aqui para ajudá-lo a transformar desafios em oportunidades.
P.S2. Eu sei que, conforme o tempo passa, há outras notícias que chamam nossa atenção. Entretanto, o Sul não pode ser esquecido. Se você deseja contribuir com alguém que conheço e que está ajudando a famílias do Rio Grande do Sul – e que faz missões lá – sugiro o Padre Wagner Alves de Almeida, cujo pix é: 081.304.479-08 (CPF dele).
Silvio Celestino
Sócio-diretor da Alliance Coaching
Autor do livro: O LÍDER TRANSFORMADOR, como transformar pessoas em líderes